quinta-feira, 28 de abril de 2011

Passeio dos Víveres

Um mourão estava ao pé da colheita e, ali, falava com uma cenoura descompromissadamente, lista-se, só de passagem, ao que o rumo lhe dava à cabeça; um andarilho. De prosa leve e conversa fácil, eis o que tanto falavam:
- E mais uma vez por cá vem se perder? Já não ficaste ciente das vezes em que o tempo foi embotado à tua procura? Creia ou não, há gente que simpatiza-se por ti!
- Mas que censura mais descabida, dona cenoura! Fincada em raíz ao âmago da terra , de nada podeis suspeitar, além de quê, mais do que um rabanete tu não podes ser e, ademais, o que adiantaria? Eu ter má fama e só a senhora saber?
- Verme arisco que replica meus resmungos! É da saudade quem a falta te faz? Pois desde o início o cenho doloroso a tua ramagem implica, pelas estradas que caminha aos passos que a vida te deixa a míngua!
- Se é, oh bela saudade! Que retumba o silêncio de imagens esquecida, sorrindo ao recordar o quão bom é viver a vida!
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Um comentário:

  1. Apenas uma palavra consegue descrever as poesias desse blog : MARAVILHA!

    Parabéns pela iniciativa! Verá como surgirão espectadores para acompanhar-te nesta jornada "inetrnética"!

    Já possui um seguidor e já o acompanharei!

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